Preparem seus corações e seu bolso. Esse ano será tenso para os amantes de café. Muitos já tem observado os preços subirem nos supermercados e cafeterias. Mas o que está acontecendo?
Tudo começa ano passado lá no Vietnã. Para quem não sabe o Vietnã é o segundo maior produtor de café do mundo, responsável por aproximadamente 16% da produção mundial. O destaque é para o café conilon, mais de 95% dos grão colhidos no país. Ano passado sofreram muito com a falta de chuva, temperaturas altas e queimadas. Fenômenos atípicos, que são reflexo do El Niño. Com isso algumas agencias estimam uma quebra de safra de até 20%. Isso já foi o suficiente para aumentar o preço do café conilon no mercado. Batendo todos recordes históricos, passando a incrível marca dos R$1000,00 a saca de 60kg.
Aqui no Brasil tivemos um novembro de muito sol. As temperaturas altas atrapalharam o desenvolvimento do fruto. Apesar das expectativas serem de uma safra maior em relação a do ano passado. Os produtores esperavam uma colheita maior. As lavouras estão a quem do esperado e os frutos desiguais.
Os preços elevados do café de qualidade inferior, o bebida rio chegando ao patamar de R$1220,00 a saca. E a falta de homogeneidade na lavoura desestimulam o produtor a produzir um café de qualidade. Visto que o preço do bebida rio está igual ao de um café 83-84 pontos ano passado. O trabalho extra já não é financeiramente tão vantajoso quanto nos anos com o preço mais baixo. Os primeiros lotes de café 83-84 pontos chegam ao armazém com oferta de R$1300 e 50-60% de cata. Ou seja, ao maquinar o café nos nossos padrões será aproveitado menos da metade do lote.
A conta seria mais ou menos assim pra 20 sacos:
1300*20+100*20=28000
O descarte seria vendido como escolha, por volta de R$1000 o saco
28000 – 20*0,6*1000 = 16000
Dividindo pelos 8 sacos que sobraram. O preço da saca fica entorno de R$2000 reais. Praticamente o dobro do praticado ano passado. Será um ano difícil.